O património é a herança do nosso passado, com o qual vivemos hoje e que passaremos às gerações vindouras, como elemento da identidade nacional e regional.
Num passeio pelo norte do país pude observar vários exemplos de um património repleto de história.
A arte românica, desenvolveu-se desde o século XI até o início do século XIII, período caracterizado pela crise do sistema feudal. Esta arte expandiu-se por um espaço geográfico que caminhava, a pouco e pouco, para uma unificação religiosa. A Igreja conservava grande poder e influência, determinando a produção cultural e artística desse período, cuja representação típica são as basílicas e mosteiros que se tornam os centros culturais da Europa. Esse foi ainda um período de início do desenvolvimento comercial e de peregrinações, favorecendo a difusão dos novos modelos. Os monges procuravam frequentemente o isolamento para se dedicarem à oração e contemplação espiritual e foram construindo de acordo com as formas originais do românico. Neste estilo a arquitectura é caracterizada por construções robustas e austeras, predominam paredes grossas e minúsculas janelas. Estas estruturas tinham como principal função resistir ao ataque dos inimigos.
A pintura Românica teve pequena expressão. Em alguns casos, as cúpulas das igrejas possuíam pinturas murais de desenho que geralmente abordavam cenas do Antigo e do Novo Testamento e da vida de santos e mártires. Destaca-se o desenvolvimento das Iluminuras, arte que alia a ilustração e a ornamentação, muito utilizada em antigos manuscritos.
Em Portugal, o Românico surge no contexto da guerra da reconquista cristã contra os árabes e no período de formação da nossa nacionalidade. São vários os exemplos deste estilo ao nível da nossa arquitectura. Desde grandes edificações episcopais como a Igreja de Sta Cruz de Coimbra a conventos, mosteiros e pequenas igrejas edificados em meios rurais.
Um exemplo disso é a Igreja de Bravães, o que resta de um antigo mosteiro, situada na estrada que liga Ponte de Lima a Ponte da Barca.
Na fachada desta igreja do séc.XII, o portal apresenta cinco arquivoltas de arco pleno, sustentadas por quatro pares de colunelos, alternados com pilastras. Apresenta grande riqueza iconográfica, com uma curiosa decoração figurativa e geométrica. No seu interior podemos ver restos de dois frescos, um representa o martírio de S. Sebastião e o outro a Virgem com o Menino. É um dos mais significativos monumentos românicos portugueses.